ROBÓTICA

AS DIFERENÇAS ENTRE AGVS E AMRS


Os armazéns têm sido tradicionalmente servidos pelos AGVs (Veículos Guiados Autônomos) por décadas, mas uma nova onda de tecnologia está mudando rapidamente essa paisagem. Os Robôs Móveis Autônomos (AMRs) estão emergindo como uma solução mais flexível e adaptável, permitindo que os fabricantes atendam melhor à demanda do consumidor e enfrentem a escassez de mão de obra.

Com o foco das empresas no futuro e na redução de custos, a automação de armazéns tornou-se uma prioridade na agenda da transformação digital. Os AGVs têm sido a escolha histórica, automatizando tarefas simples por meio de rotas predefinidas.

No entanto, diante da escassez de mão de obra e das crescentes demandas do mercado, tornou-se claro que um tipo mais flexível de robô é necessário. Os AMRs demonstraram sua capacidade de se adaptar a diversas necessidades de armazenamento de forma independente, tornando-os ideais para o futuro dos armazéns.

A seguir estão os destaques das principais diferenças entre AGVs e AMRs e como os operadores de armazém podem identificar as melhores opções para suas necessidades exclusivas.

Navegação no armazém

Após seu surgimento na década de 1950, os AGVs contavam com conjuntos de rotas predeterminadas, tipicamente denotadas por fita magnética ou outros indicadores de piso atuando como uma “trilha” para o robô aderir. Os AGVs modernos ainda dependem desse método hoje. Embora essa estratégia de navegação tenha sido fundamental para o sucesso dos robôs, ela pode apresentar desafios para a produtividade e as operações em armazéns modernos.

Os AGVs são projetados para que, quando encontrarem um obstáculo em seu caminho, sejam programados para desacelerar ou parar imediatamente, alertando os operadores humanos para assistência. Em muitos casos, o AGV é incapaz de avançar até que um operador possa limpar manualmente o caminho — um fardo significativo na natureza acelerada dos armazéns, onde os trabalhadores estão sob pressão para processar paletes em tempo hábil.

Ao contrário dos AGVs, os AMRs não são obrigados a seguir caminhos predefinidos e, em vez disso, dependem da orientação de um mapa de instalações interno armazenado em seu sistema de navegação. Ao aproveitar essa tecnologia, os AMRs podem atravessar armazéns com agilidade, evitando obstáculos e aplicando pequenas correções de caminho. Para situações únicas que exigem grande correção de caminho, os AMRs podem traçar um novo caminho sem a assistência de um operador humano. Esse método autossuficiente de planejamento de caminho permite que os operadores robôs e humanos economizem um tempo valioso que teria sido gasto ajustando manualmente o robô e o caminho.

Medidas de segurança

O armazém moderno é um complexo sistema de peças móveis caracterizado por trabalhadores humanos, paletes, grande infraestrutura, correias transportadoras e, claro, robôs. Esse ambiente requer tecnologia que não apenas aumente o rendimento, mas também torne a segurança humana sua principal prioridade. Os AGVs normalmente usam sensores para navegar em seus caminhos e evitar colisões com trabalhadores humanos. No entanto, as capacidades limitadas do sensor em muitos AGVs ainda podem levar a incidentes de segurança.

Um sistema de visão AMR com sensores LiDAR (laser) permite atravessar com segurança o ambiente do armazém. Além disso, esses sensores se unem para criar uma percepção completa de fusão de sensores 3D que facilita o 360 ? Vista de seus arredores, permitindo-lhe navegar pilhas de granel e pistas de encenação profundas. Além disso, muitos AMRs foram além dessas medidas de segurança existentes e investiram em uma arquitetura de segurança de vários níveis que combina hardware e software para formar barreiras virtuais que mantêm os robôs longe das zonas de perigo sem exigir a contribuição significativa de trabalhadores humanos.

Interoperabilidade

À medida que mais fabricantes investem em transformação digital, as empresas investirão cada vez mais em um mix diversificado de produtos de diferentes fornecedores. É por isso que é fundamental que qualquer robô comprado possa se comunicar e se integrar de forma eficiente com outras formas de tecnologia e software em uso. Alguns AMRs estão sendo projetados e testados para se integrarem a outras tecnologias de armazém sob o que é conhecido como o padrão de interoperabilidade MassRobotics. Isso permite que os AMRs compartilhem informações com outros robôs, como localização e atividade, independentemente de terem sido produzidos pela mesma empresa. Como resultado, os operadores de armazém podem garantir ainda mais a segurança e a eficiência de seus armazéns à medida que vários robôs navegam para seus destinos e concluem várias tarefas. Atualmente, os AGVs não podem suportar tais funcionalidades, limitando sua capacidade de integração perfeita com outra infraestrutura de depósito.

Maior colaboração

Os AMRs são equipados com interfaces mais amigáveis e arquiteturas de segurança de nível mais alto, para que os trabalhadores possam se sentir tão confortáveis trabalhando ao lado de robôs quanto se sentiriam com seus colegas humanos. Isso é fundamental, pois as empresas enfrentam mais pressão para investir na satisfação do trabalhador e em tecnologias que são especificamente projetadas para tornar a vida dos trabalhadores mais fácil e gratificante.

Redução de custos

Os AGVs tradicionais exigem um investimento inicial mais alto, devido às suas necessidades específicas de rotas pré-planejadas cuidadosas, que muitas vezes exigem custos adicionais para pagar os projetos de reestruturação. Por outro lado, os AMRs podem ser uma opção mais econômica ao considerar sua capacidade de autonavegar e planejar rotas sem a necessidade de caminhos pré-planejados e programação associada. Além disso, devido ao seu software hospedado na nuvem, muitos AMRs podem ser implantados imediatamente, permitindo que as empresas vejam rapidamente um retorno sobre o investimento.

Fonte: automationworld.com