Hoje, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, temos a honra de compartilhar um bate-papo com a Eng. Fernanda Arimatéia (CPG Strategic Account Manager na B&R Automation).
Em um diálogo aberto e sincero, compartilhou a sua trajetória, desde as decisões que a conduziram à carreira de engenharia até as experiências marcantes que moldaram sua jornada. Nesta conversa, exploramos os desafios enfrentados por mulheres na automação industrial, as conquistas que celebram e as visões para o futuro dessa indústria dinâmica.
•#1 – Como você decidiu seguir a carreira de engenharia na automação industrial? Houve alguma influência específica em sua escolha?
Desde criança gostei de exatas, tinha o sonho de ir trabalhar na Nasa. Eu cursei engenharia elétrica com ênfase em eletrônica. Iniciei meu estágio na Eaton e já haviam alguns pequenos projetos de automação utilizando inversores de frequência e clp’s, após um ano passei em um processo seletivo na Rockwell Automation a partir deste ponto fiz a minha escolha, permaneceria na automação industrial. Hoje estou na Automação bastante inclinada para a robótica. No ano passado conseguir visitar a NASA.
•#2 – Pode compartilhar algumas experiências marcantes ao longo da sua carreira na automação industrial?
A parte mais interessante da Automação Industrial é que interferimos diretamente na manufatura, sabemos como quase tudo é feito. Realmente uma experiência incrível foi quando visitei a fabrica de aviões na Embraer, era a automação do sistema de pressurização da aeronave, outra fábrica incrível foi a fábrica da Tesla no Vale do Silício na Califórnia.
•#3 – Quais foram os principais desafios que enfrentou como mulher nesse setor e como os superou?
Com certeza é lidar com o julgamento a respeito da nossa competência. Isso foi superado e supero até hoje, através do meu trabalho e estudo. Sempre agradeço a Incríveis líderes que cruzaram e ainda cruzam o meu caminho, dentre eles o meu atual Diretor Evandro Avancini.
•#4 – Você teve alguma mulher que a inspirou ao longo de sua jornada profissional na automação industrial?
Quando iniciei não conhecia nenhuma, mas depois conheci grandes mulheres. A Monica Eng que era da Rockwell, a Laila Vieira que era da Eaton e cresceu, hoje é uma grande empresária. Tem a Valentina Freire, ela é da revista controle e instrumentação, ela sempre segurou a minha mão.
•#5 – Como você vê o papel da mentoria no desenvolvimento de carreira, especialmente para as mulheres neste campo?
Creio que a mentoria é um processo muito importante e de aprendizado mútuo e é mais efetivo quando é feito com mulheres mentoras, existem pormenores que só as mulheres entendem.
•#6 – Como você percebe a presença de mulheres na automação industrial ao longo dos anos? Houve mudanças significativas?
A presença ainda é muito pequena, na maioria dos lugares que trabalhei eu era a única mulher na área. Houveram mudanças mas não julgo significativas, temos muito trabalho a fazer.
•#7 – Quais são as oportunidades e desafios específicos para as mulheres que escolhem essa área?
Existem muitas oportunidades na área estratégica e gerenciamento de pessoas, fazemos isso muito bem. Em um mundo que está se robotizando, a conexão humana é um diferencial.
•#8 – Como a inovação e a tecnologia estão moldando o futuro da automação industrial?
Sem dúvida nenhuma a robotização e a IA são os grandes ditadores do futuro, principalmente quando falamos da personalização em massa.
•#9 – Qual é o seu papel na adoção de novas tecnologias e como isso impacta seu trabalho diário?
Inovar é inevitável, com certeza resolvo problemas com mais precisão e mais rapidamente, assim atendo meus clientes com mais eficiência.
•#10 – Quais conselhos você daria para mulheres que estão começando suas carreiras na engenharia, especialmente na automação industrial?
Falar inglês. Estudar novas tecnologias sempre. Ser extremamente profissional no ambiente de trabalho e com os clientes. Cultivar relacionamentos.
•#11 – Como promover a diversidade e inclusão neste setor?
Combatendo qualquer tipo de comportamento que segregue, julgue e difame. Promover politicas para que o respeito seja a base das relações. Disseminação do conhecimento.
•#12 – Como você equilibra as demandas desafiadoras da carreira na automação industrial com a vida pessoal?
Optei por não ter filhos, desta forma consigo equilibrar de forma fácil, para as mulheres que tem filhos realmente é bastante desafiador, exige adoção de políticas para este tema nas organizações.
•#13 – Existem práticas específicas que ajudaram você a manter esse equilíbrio?
Certamente meses sabáticos para estudo e descanso seria ideal, mas é impraticável para mim neste momento.
•#14 – Para onde você acredita que a automação industrial está indo nos próximos anos?
Certamente personalização em massa, utilizando robôs e IA.
•#15 – Como as mulheres podem desempenhar um papel crucial nesse avanço?
Através da excelente visão estratégica e gerenciamento de pessoas. As mulheres também são bastante atentas ao detalhes e são multitarefas. São diferenciais importantes para o trabalho do futuro.
•#16 – Quais são suas maiores realizações ou projetos dos quais você se orgulha em sua carreira?
Certamente conhecer e fazer parte da modernização do grande parque industrial do Brasil, bem como ter uma função que me exige ter um relacionamento com o time internacional da empresa, isso me proporciona um intercambio pessoal e profissional muito valioso.
•#17 – Qual mensagem você gostaria de compartilhar com outras mulheres que estão considerando uma carreira na automação industrial?
Encorajo todas as mulheres a explorarem carreiras na automação industrial, desafiando estereótipos e contribuindo com suas habilidades únicas. A diversidade fortalece a inovação e o progresso no campo. Estudem bastante, tenham paciência e visão estratégica.
Neste Dia Internacional da Mulher, celebremos não apenas a conquista individual, mas o potencial coletivo que se desdobra quando oportunidades são igualmente distribuídas.
Agradecemos a Eng. Fernanda por compartilhar sua experiência e insights valiosos. Que suas palavras ressoem e inspirem, incentivando as mulheres a abraçar a engenharia com confiança, determinação e a certeza de que elas, também, podem deixar uma marca na indústria que escolherem.
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