INDÚSTRIA 4.0

3 TECNOLOGIAS IMPULSIONANDO A FABRICAÇÃO NOS EUA

A indústria de manufatura está passando por grandes transformações impulsionadas pela manufatura aditiva, inteligência artificial e robôs colaborativos. Essas tecnologias estão impactando todos os aspectos da indústria, desde o design e produção de produtos até as estratégias da cadeia de suprimentos.

Nos últimos anos, houve um esforço concentrado para revitalizar a manufatura nos Estados Unidos. Embora existam evidências anedóticas que apoiem essa visão, também existem evidências suficientes para indicar que um renascimento completo da manufatura americana levaria muitos anos, se é que algum dia ocorreria.

No entanto, durante a pandemia de COVID-19, várias mudanças começaram a acelerar. Essas mudanças foram destacadas no evento Manufacturing in America 2023, realizado em Detroit e patrocinado pela Siemens e Electro-Matic.

Raj Batra, presidente da Siemens Digital Industries USA, mencionou três principais desenvolvimentos que ocorreram ou aceleraram desde o início da pandemia:

  • Em 2022, os gastos na construção de novas fábricas nos EUA totalizaram US$ 108 bilhões, o maior valor já registrado, de acordo com o Census Bureau. Grande parte desses investimentos foi direcionada para o desenvolvimento de indústrias de manufatura relacionadas à eletrificação e instalações de baterias para veículos elétricos. De acordo com a CNBC, estados como Geórgia, Kentucky e Michigan liderarão a fabricação de baterias para veículos elétricos nos EUA até 2030, com Kansas, Carolina do Norte, Ohio e Tennessee também desempenhando papéis importantes. Essa capacidade de produção de baterias para veículos elétricos apoiará a fabricação de milhões de veículos totalmente elétricos por ano, tornando os EUA um concorrente global nesse setor.
  • Foram destinados US$ 52 bilhões em incentivos governamentais por meio da Lei de Chips e Ciência para estimular investimentos privados adicionais em expansões e modernização de instalações de manufatura.
  • Houve o desenvolvimento de novas iniciativas na cadeia de suprimentos, com uma mudança do modelo just-in-time para o modelo just-in-case. Essa mudança ocorreu devido aos impactos na cadeia de suprimentos durante a pandemia.

No evento Manufacturing in America, Garlin Gilchrist, vice-governador de Michigan, destacou que o foco não é apenas o passado da manufatura nos EUA, mas sim o futuro. Ele ressaltou que os programas e incentivos federais e estaduais estão apoiando a ideia de que a integração e colaboração são fundamentais para a inovação.

Durante uma conversa entre Raj Batra e Tom Kelly, CEO da Automation Alley, Kelly observou que muitas fábricas americanas, especialmente as menores, ainda não adotaram as novas tecnologias de manufatura devido a uma maior ênfase no modelo enxuto em vez da inovação. Kelly afirmou que, no futuro, o valor de uma instalação de manufatura será baseado nas inovações que ela incorpora.

As tecnologias-chave para o futuro da manufatura, de acordo com Kelly, são inteligência artificial, manufatura aditiva (impressão 3D) e robôs colaborativos. Embora a atenção esteja atualmente voltada para a IA e os robôs colaborativos, Kelly expressou entusiasmo particular em relação ao potencial transformador da manufatura aditiva. Ele destacou que muitas empresas ainda veem a impressão 3D como uma ferramenta de prototipagem, mas essa percepção está mudando à medida que mais pessoas reconhecem seu valor na produção de peças prontas para uso e consideram a redução de custos envolvida.

Kelly mencionou três exemplos de empresas que estão mudando a visão sobre a manufatura aditiva:

  1. Relativity Space: uma empresa que fabrica foguetes impressos em 3D para lançamentos orbitais. Esse desenvolvimento está transformando a indústria de fabricação tradicional de foguetes.
  2. Um fabricante de monitores de fluxo que agora produz suas válvulas por meio da manufatura aditiva de fibra de carbono. Essa transição permitiu redirecionar os talentos existentes e lidar com a escassez de mão de obra.
  3. Um fabricante de equipamentos que substituiu as válvulas de aço inoxidável mais baratas da China por válvulas impressas em 3D com fibra de carbono. Essa mudança resultou em válvulas de melhor desempenho a um custo reduzido.

Kelly prevê que, em 10 anos, a manufatura nos EUA será predominantemente uma indústria de software, com ênfase na manufatura aditiva e uma abordagem mais distribuída. Ele acredita que a manufatura CNC será substituída pela manufatura aditiva devido à facilidade de distribuição conforme necessário.